Pedras nos rins (Nefrolitíase)
A urolitíase, também conhecida como pedra nos rins, acontece quando pequenos cristais se juntam e formam “pedrinhas” em alguma parte do trato urinário — que inclui os rins, ureteres (os canais que ligam os rins à bexiga), a bexiga e a uretra.
Essas pedras podem variar muito de tamanho: algumas são minúsculas como grãos de areia, e outras podem ocupar boa parte do rim.
Quem pode ter?
As pedras nos rins são muito comuns.
- Afetam cerca de 1 em cada 10 homens e 1 em cada 20 mulheres.
Costumam aparecer entre os 30 e 60 anos, mas também podem ocorrer em crianças.
Sintomas
Nem sempre a pessoa sente algo — algumas pedras pequenas podem sair sozinhas sem causar sintomas.
Mas, quando se movem dentro do rim ou descem para o ureter, costumam causar dor intensa, chamada de cólica renal.
Os sintomas mais comuns são:
- Dor forte nas costas ou no abdômen, que pode irradiar para a virilha;
- Vontade constante de urinar ou ardor ao urinar;
- Sangue na urina (a urina pode ficar rosada ou avermelhada);
- Náuseas e vômitos;
Febre e calafrios, se houver infecção associada.
Em crianças, a dor pode ser mais leve e difusa, o que pode dificultar o diagnóstico.
Por que as pedras se formam?
As pedras aparecem quando a urina fica muito concentrada e certos sais e minerais, como cálcio, oxalato, ácido úrico ou cistina, se juntam e formam cristais.
Com o tempo, esses cristais crescem e viram pedras.
Alguns fatores que aumentam o risco:
- Beber pouca água;
- Infecções urinárias repetidas;
- Alimentação rica em sal, carne e alimentos industrializados;
- Doenças hormonais (como o hiperparatireoidismo);
- Problemas intestinais (como doença de Crohn);
- Uso de alguns medicamentos;
Histórico familiar de pedras nos rins.
Tipos de pedras
As pedras podem ter diferentes composições:
- Cálcio (oxalato ou fosfato de cálcio): as mais comuns;
- Estruvita: associadas a infecções urinárias;
- Ácido úrico: ligadas à urina muito ácida;
- Cistina: causadas por uma doença hereditária rara;
Outras: provocadas por certos remédios.
Como o diagnóstico é feito
O médico pode suspeitar de pedras nos rins pelos sintomas, mas é necessário confirmar com exames de imagem.
Os principais exames são:
- Ultrassom dos rins e vias urinárias: rápido, sem radiação, mas pode não ver pedras muito pequenas;
- Tomografia sem contraste (CT): é o exame mais preciso, mostra praticamente todas as pedras;
Raio-X simples: útil apenas para alguns tipos de cálculos.
Tratamento
Depende do tamanho, local e tipo da pedra, além dos sintomas do paciente.
Pedras pequenas (menores que 5 mm)
- Geralmente saem sozinhas com a urina.
O tratamento é apenas hidratação intensa (beber muita água) e analgésicos para aliviar a dor.
Pedras maiores ou que não saem sozinhas
Podem precisar de tratamentos médicos ou cirúrgicos, como:
- Litotripsia extracorpórea (ESWL): uso de ondas de choque para quebrar a pedra em pedaços menores;
- Ureteroscopia com laser: introduz um aparelho fino pela uretra até o ureter para quebrar e remover a pedra;
Nefrolitotomia percutânea: cirurgia feita por uma pequena incisão nas costas para retirar pedras grandes (como as chamadas coraliformes).
Se houver infecção, o tratamento com antibióticos é essencial, e em alguns casos pode ser necessário drenar o rim com um cateter (nefrostomia).
Como evitar novas pedras
A prevenção é a parte mais importante, porque quem já teve pedra tem maior chance de ter novamente.
Para evitar:
- Beba bastante água – o ideal é urinar claro, como “água de coco diluída”;
- Reduza o sal e as carnes vermelhas;
- Evite excesso de refrigerantes e alimentos industrializados;
- Mantenha o peso saudável;
- Trate infecções urinárias rapidamente;
Siga o acompanhamento médico, especialmente se já teve cálculos antes.
Possíveis complicações
Se não tratada, a pedra pode causar:
- Infecção nos rins (pielonefrite);
- Dilatação das vias urinárias (hidronefrose);
- Danos permanentes aos rins;
Em casos raros, ruptura do rim ou insuficiência renal.
Conclusão
As pedras nos rins são comuns, podem ser muito dolorosas, mas na maioria dos casos são tratáveis e preveníveis.
Manter boa hidratação, alimentação equilibrada e acompanhamento médico regular ajuda a evitar novas pedras e protege a saúde dos rins.
Se sentir dor intensa nas costas, sangue na urina ou febre, procure atendimento médico imediatamente.




